Representantes de movimentos populares buscam apoio da Defensoria Pública no Veto Popular

Reunião contou com diversos representes de movimentos, partidos e políticos
Reunião contou com diversos representantes de movimentos, partidos e políticos

 

O defensor público geral, Jesus Jairo Lacerda e os defensores públicos Herick Argôlo e Paulo Cirino receberam nesta quinta-feira, 14, representantes de diversos movimentos populares. O encontro – que teve como objetivo fortalecer a campanha do Veto Popular contra o aumento da tarifa de ônibus em Aracaju – aconteceu na Sala do Conselho da Defensoria Pública do Estado de Sergipe.

 

De acordo com o defensor público, Herick Argôlo, o papel da Defensoria Pública é explicar à população sobre a utilização do veto e os requisitos legais. “A função da instituição é garantir que o trâmite do Veto, direitos e procedimentos sejam respeitados. Estaremos orientando como campanha a respeitar aquilo que legalmente está estabelecido e o papel da Defensoria é a afirmação do estado democrático de direito. É importante ressaltar que a instituição não atua somente nos processos, mas também extrajudicialmente”.

 

O defensor público geral, Jesus Jairo Lacerda, manifestou apoio aos movimentos. “O usuário do transporte público é hipossuficiente, portanto, é atendido pela Defensoria Pública. Vamos apoiar essa iniciativa prestando assistência jurídica e auxiliando no processo de validação do Veto Popular”, afirmou.

 

Jesus Jairo Lacerda manifestou apoio
Jesus Jairo Lacerda manifestou apoio

Para a representante do Motu, Dalva Angélica Santos da Graça, o apoio da Defensoria Pública é imprescindível para validar a lisura do processo. “Buscamos o apoio da Defensoria Pública para validar o processo do Veto Popular por ser uma instituição ligada à população carente e ter legitimidade funcional, podendo ajudar também judicialmente”, disse.

 

IMG_0530Para Argôlo, o mais importante é despertar na população uma democracia de forma participativa. “A população deve participar das decisões políticas. A lei prevê o instrumento do Veto que está regulamentado há mais de 10 anos, mas nunca usamos. A Defensoria vem exercendo uma função importante e a população vem mostrando uma maturidade na medida em que resolve participar das decisões políticas”, enfatizou.

 

OIMG_0542 representante da Frente Sergipana Brasil Popular, Tadeu Brito, destacou a importância do Veto para a população. “O veto é um instrumento legal do qual a gente busca mais de 20 mil assinaturas para apresentar à Câmara Municipal de Vereadores para que possa ser apreciado. Hoje é sobre o transporte, amanhã pode ser saúde, educação e moradia. É um instrumento de participação popular da vida social da cidade e, se acatado pelos vereadores, vai acender de otimismo e esperança uma parcela importante da população que está descrente com a participação social de alguns políticos e com os níveis de corrupção identificados no Brasil e em Sergipe”, disse.

 

IMG_0545[1]Tadeu Brito agradeceu a participação da Defensoria Pública. “A Defensoria é uma instituição do nosso estado democrático de direito, portadora de uma força e legitimidade pública reconhecida pelas pessoas e que defende a população, principalmente os mais pobres, por isso, ela não poderia ficar de fora desse movimento cívico. Agradecemos ao Dr. Jesus, Dr. Herick e ao Dr Paulo por aderir ao Veto Popular em defesa da população”, pontuou.

 

“A UGT como entidade sindical está ajudando no contato direto com a população de Aracaju, colhendo assinaturas e junto com seus sindicatos filiados está montando vários pontos de coleta. A campanha já deu um aspecto positivo na sociedade e com a união da Defensoria Pública a gente sente um maior respaldo tanto jurídico como político para estar buscando a população, conscientizando e fortalecendo o Veto”, disse Luan Almeida.

 

Validação do Veto – A Defensoria Pública fará consulta ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para verificar se o cidadão que aderiu ao Veto vota em Aracaju. “A lei diz que somente o cidadão do município pode assinar o Veto Popular, por isso, iremos pesquisar junto ao TSE se o eleitor vota em Aracaju. Todas as informações serão anexadas ao formulário de assinatura para validação do Veto”, explicou Herick.

 

Ação Civil Pública – Segundo Argôlo, a Defensoria Pública está analisando a possibilidade de ingressar com uma Ação Civil Pública (ACP). “Estamos estudando uma série de documentos enviados à Defensoria Pública pelos movimentos e avaliando se há  ilegalidade no reajuste, pois sabemos que vários parâmetros mínimos de qualidade que são dispostos na Lei não vêm sendo cumprido pelas empresas como, por exemplo, que não pode haver superlotação, ou seja, mais de 80 passageiros por ônibus; que o deficiente físico tem direito a parar o ônibus em qualquer lugar e que não precisa se deslocar para o ponto; não existe licitação no transporte e que o estudante de escola pública tem direito a dois terços de abatimento nas tarifas, mas só recebe a metade”, denunciou.

 

Presenças – Participaram da reunião Dalva Angélica Santos da Graça (MOTU), Luan de Oliveira Almeida (UGT Sergipe), José Fernando Santos Júnir (Fecomse), Marcelo Porto Brandão (Assessoria Iran Barbosa), Mapa Guimarães Leite (Assessoria Luiz Gama), Tadeu Brito (Frente Sergipana Brasil Popular), Ricardo Lima (Conal), Kevin Ismerin (Levante Popular da Juventude), Maria Lourdes Pereira (Levante Popular da Juventude), David Souza Santos (PCdoB) e Waldir Rodrigues (CTB).

 

Por Débora Matos 

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