A HORA CHEGOU, ROSA
Defensor Público, Osvaldo Abreu 
Alto da Compadecida, 8 de outubro de 2020

O tempo foi agora,
Chegou a hora,
Viveu na primavera,
Foste flor bela.

 

Cada pessoa tem sua hora,
A gente por ti chora,
Lutou, ó minha guerreira,
Saudade de teu sorriso, brincadeira.

 

A dor devorava por dentro,
Rosa, Rosa não tinha lamento.
Foi embora o sorriso,
Rosa no paraíso.

 

Foi tamanha resistência,
Rosa sempre com resiliência.
O maldito câncer chegou um dia,
Dele Rosa não morria.

 

Tantas vezes no hospital,
Rosa nunca acreditou no fatal.
O bicho mau foi extirpado,
Pelo anjo Gabriel foi derrotado.

 

Bactérias, vírus atrozes.
Rosa de trombose.
Rosa só tinha um rim,
Hemodiálise, coisinha ruim.

 

Rosa venceu a feia lepra,
A hanseníase teve sua queda.
Rosa nunca desistia,
Rosa era como criança, sempre ria.

 

Veio o derrame,
Rosa sem reclame,
Rosa na UTI,
Saia da unidade e ela sempre a rir.

 

Rosa entubada,
Vencia mais uma parada,
Não era o tempo de ir.
Rosa a sorrir.

 

A COVID-19 chegou à porta,
Dela Rosa não foi morta.
Todos têm um tempo de vida,
Deus determina a partida.

 

Mas veio aquela madrugada,
O tic-tac do coração deu uma parada.
Chegou a hora, Rosa.
Rosa, minha mãe, flor formosa.

 

Rosa de pés juntinhos,
Parecia um anjinho.
Rosita, Rosa, Rosinha…
Viajou ao céu minha velhinha.

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