NOTA PÚBLICA
Hoje, 20 de novembro de 2020, demonstramos toda nossa indignação e irresignação com mais um episódio de morte em contexto racista que acontece em nosso país.
A morte de João Alberto Silveira Santos, ocorrida no estacionamento do Carrefour em Porto Alegre/RS, soma-se a diversas outras ocorrências que são sintomáticas daquilo que nós, enquanto sociedade brasileira, insistimos em negar: o Racismo.
A Defensoria Pública do Estado de Sergipe, através de sua Comissão de Trabalho de Enfrentamento à Desigualdade Social e ao Racismo Estrutural, não poderia silenciar.
O Dia da Consciência Negra existe para celebrarmos nossa ancestralidade afrobrasileira e demarcar a necessidade de darmos visibilidade às conquistas dos descendentes daqueles que sofreram a escravização com a diáspora forçada. Entretanto, essa ocorrência trágica não nos deixa esquecer a chaga da discriminação racial e, como ela é letal, torna este dia de memória amargo.
Negar a existência do racismo que estrutura nosso tecido social é validá-lo. Torna- se pujante dar importância à pauta dos direitos humanos e ao papel da Defensoria Pública como instrumento constitucional de sua defesa.
Como disse Lélia Gonzalez, citando Manuel Faustino: “Se o racismo decorre de uma situação de exploração econômica, ele acaba por assumir autonomia própria.” – ao rejeitar a ideia da redução do racismo a uma questão de desigualdade social.
Por isso, externalizamos nosso pesar por mais esse episódio de violência racial e reafirmamos nosso compromisso com a pauta antirracista, buscando concretizar nossos objetivos institucionais e os fins constitucionais.
COMISSÃO DE ENFRENTAMENTO A DESIGUALDADE SOCIAL E AO RACISMO ESTRUTURAL DA DEFENSORIA PÚBLICA

